Teste de Aptidão

Professores de educação física da Academia Nacional de Polícia realizaram estudos criteriosos para estabelecer os limites exigidos para os testes físicos no concurso da PF

Imagine as seguintes situações de ação policial:

Durante uma ação, policiais necessitem escalar um muro alto, pular obstáculos, nadar para atravessar um rio, lago, açude, etc., subir em cordas, perseguir ou levar um suspeito ou material apreendido para um lugar seguro, socorrer um colega, correr atrás de criminosos segurando um armamento de 4kg, dentre outras inusitadas que exigem esforço físico.

Por situações como as descritas anteriormente, inerentes a atividade policial, é que se é exigido o exame de aptidão física de pessoas que desejam ingressar nos quadros da Polícia Federal.

As provas seguem um critério racional, baseadas em estudos realizados por professores, da Academia Nacional de Polícia - ANP, localizada em Brasília. Os professores são graduados em Educação Física, alguns com pós-graduação com grau de mestrado na atividade.

É comum existir, por parte dos candidatos, ações judiciais que questionem os índices exigidos para o concurso, apesar dos critérios meticulosamente empregados. Os questionamentos existem também por parte de outros profissionais da área de saúde em artigos e matérias veiculados na mídia. Embora os questionamentos existam, os índices exigidos foram baseados em estudos que demonstram que os parâmetros são exeqüíveis e estão em um patamar adequado, não sendo valores absurdos ou direcionados a “atletas profissionais” como observam.

Os estudos levaram em conta o perfil físico médio dos candidatos do último concurso público para o DPF e foram comparados aos índices exigidos em outras instituições de segurança pública brasileiras e estrangeiras. As aptidões físicas devem atender o necessário para o curso de formação na ANP, que tem aulas e provas de esforço físico para aprovação no curso.

Com base em dados coletados no período de 2005 a 2009, foi verificado que a maior parte dos candidatos chegou à Academia Nacional de Polícia com casos de sobrepeso, e mesmo obesidade, baixo condicionamento aeróbio e de força e outras deficiências, conforme nota da própria ANP. A situação demonstrou que os índices aplicados anteriormente mostraram-se inadequados às necessidades de capacitação durante os cursos de formação. A ANP viu-se obrigada a promover adaptação do treinamento para adequar os alunos às qualidades requeridas.

Foi realizado estudo estatístico com os alunos que cursaram a Academia no período coletado. Foram aplicados mais de vinte mil testes que proporcionaram farto material para pesquisas e estudos para equipe de professores de educação física da ANP.

Para dar exemplo, cite-se o teste de barra feminino que foi bastante questionado. No período de 2005 a 2009, 28% não conseguia executar o teste ao chegar para os cursos de formação – havia muitas candidatas cursando sob liminares judiciais -. Após dois meses de treinamento esse percentual caiu para 11% e no final do curso caiu para 4%. Ficou claro que as candidatas, com dificuldade naquele teste, não haviam se preparado adequadamente para as provas físicas do concurso, pois somente no final atingiram o perfil que era esperado para o início do Curso de Formação. Conclusões semelhantes, com metodologia científica, foram aplicadas a outros índices.



Os estudos demonstram que os padrões estabelecidos para a prova de capacidade física são importantes para a capacitação no curso de formação e para manutenção da saúde do policial ao longo de sua carreira. Os professores argumentam que a boa forma física constitui proteção, segurança, qualidade de vida e longevidade para o próprio policial.